quarta-feira, novembro 21

Pirar. Res. Pirar. Res.

Em mim vivo a tentativa do meu ser
Físico e espírito como um que se realiza.

É natural a sensação de estranheza diante do mundo, volta e meia bate.
E quando bate, o corpo estremece e eu olho para as minhas mãos. Me percebo como ser humana.
Estou aqui, e aqui vivo.
O coração aperta e bate mais forte nessas horas de reconhecimento.
Vontade de viver e de fugir.
Vontade de ser e não existir.
Mas sei que estou aqui, aí dá vontade de me acariciar.
Sinto a pele que compartilho com o mundo.
Percebo os olhos que me permitem enxergar o outro.
Respiro para me conectar com o todo.
Sou Bruna, parte disso tudo.

E isso não me soa tão óbvio.

sábado, setembro 8

(insaci) AVE EU.

Sou toda o mais que quero
Sou de não conseguir ver folha em branco
Tempo passando
Dia arrastando
Sou de emoção, qualquer tudo que me venha
Desde que me encha
Signifique, compareça
Que em mim faça ser.

quinta-feira, setembro 6

Desenho e Ando.

A vida tem sido uma coisa de ser cheia e vazia em tempos  curtos.
É estranho assim, quando tudo fica por minha conta.
Quando cabe a mim preencher os espaços vazios.
Quando somente eu posso pegar a caneta colorida e desenhar o mundo.
É uma puta responsabilidade.
Desse jeito é, assim fica.
Eu e o papel em branco da minha vida, e sou eu sem criatividade para desenhar, ou sou eu e o medo-criança de que o desenho fique feio, a casa torta, o sol errado, a árvore caída.
É temer não possuir todas as cores que desejo para pintar meu céu e minhas estrelas.
Como faz?

quinta-feira, agosto 23

De mar.

É que eu não sei me mexer nesse mundo da superfície.
Fico olhando, com medo, todas essas coisas estranhas que existem na beira.
Não conheço esse negócio de não dizer aquilo que sente, cobrindo as emoções com capas vazias.
Aí prefiro me aquietar.
Se isso me for exigido, é melhor que meu fundo seja contemplado por mim.
Que eu fique no azul marinho denso, sem vontade alguma de ser decifrada.

Mas eu não queria.

Era bom se claro azul se tornasse. Que todos vomitassem cor clara logo d'uma vez, para que de luz tudo logo vivesse.
É tão melhor andar assim...