sexta-feira, julho 23

A insustentável leveza do ser

Vivo o peso das minhas pálpebras. Vivo o tormento dos meu olhos. O dano do meu choro.
Vivo a incompreensão do ser humano, a dor da perseguição.

Deparo-me ao obstáculo verdadeiro em minha vida. Eu, que almejo tanto o meu real, enfim, encontrei-o. E agora posso aclamar: dói.
Dói no rosto, é intensamente preciso nos olhos.
A garganta é alvo de tormento e ardor.
A boca serve de objeto para inquietudes e agonia.
O nariz expulsa o ar.
Os olhos, os olhos são involuntáros. Não respondem ao comando de se manterem ativos e abertos. Apenas carregam o fardo do "fim de mundo".
Tudo se resume a infinita sensação de estar sem chão.
Somente o que me compreende nesse momento são palavras de Milan Kundera:

"Mas, na verdade, será atroz o peso e bela a leveza?
O mais pesado fardo que nos esmaga, nos faz dobrar sob os séculos é, portanto, a imagem da mais intensa realização vital. Quando mais pesado o fardo, mais próxima da terra está a nossa vida, e mais ela é real e verdadeira"

terça-feira, julho 20

Eu continuo em mim, somente.

Reconheço todos aqueles que carregam o mundo individual para todos os cantos, recantos, encantos do mundo.
Minha tentativa permanece ativa e completa, nem sempre efetiva.
Esses momentos de poucos pensamentos, poucas sensações e projeções são importantes para o recomeço. O início de uma nova página - presa ao meu corpo - na qual somente minha minha poesia e meu espírito são objetos de leitura.
Estou dentro de mim nesse momento.